segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

nó na gargata...

Madrugada.  Momento de reflexão.  Medo. Tristeza.  Ansiedade. Raiva. Lágrimas nos olhos. Vazio. Cheguei no limite. E precisarei ter força.  Mas, da onde tirá-la? E essa vontade de não ter vontade?  E esse desespero? PRECISO mudar. Preciso.  PRECISO!!! E isso tem a ver com a minha vida. Eu gosto de viver. Porém,  do jeito q está não dá mais. Preciso mudar (de verdade.). E que venha 2015. Só peço força pra lutar e não desistir de mim mais uma vez....

quarta-feira, 12 de março de 2014

Escola da vida.

Sempre amei a docência. E falo com convicção: escolhi por amor. Não porque era uma faculdade curta, não porque era mais em conta financeiramente, ou por ser algo mais "simples" de cursar. Escolhi ser professora, pois sempre tive orgulho de muitos mestres que passaram em minha vida. Escolhi ser DOCENTE, por ser fruto de um sistema educacional falho. Escolhi ser educadora, porque  minha maior vontade era modificar esse sistema de ensino falido, que não agrega conhecimento ao educando. Eu queria fazer a diferença. 
Ao adentrar a esse universo desconhecido que é a sala de aula, me senti plenamente realizada. Ali eu tive certeza que eu não sabia ser outra coisa. Nasci para transmitir os meus conhecimentos. 
Sabia dos problemas que enfrentaria. E eram muitos. 
Desmotivação de alunos e professores, falta de estrutura familiar, falta de equipamentos, sistema que defende apenas a presença do aluno e não o seu rendimento escolar, salas lotadas, entre outros.
Os primeiros  4 anos em sala de aula foram ótimos. Apesar dos pesares. 
A utopia de conseguir modificar essa situação ainda existia em mim. Sim, existia.
Analisando friamente a situação percebi que, infelizmente, estou de mãos atadas. E esse maldito sistema me contaminou. 
Não. Ainda não desisti da carreira, longe disso. Mas, posso afirmar que os sonhos já não são mais os mesmos. Tive que aprender a dançar conforme a música para não me frustrar ainda mais com essa calamidade que está a educação pública. 
Atualmente, a escola não é mais o local em que o aluno busca conhecimento.  A instituição escolar é o local onde o aluno pode ter a idade que ele tem, pois não precisa tomar conta do irmão e da casa.  A escola é o lugar que o educando possui, nem que seja mínima, atenção. Já que seus pais (quando os têm) saem cedo e voltam tarde. O ambiente escolar também é onde ele se alimenta e encontra os amigos.
Assim como o papel da escola mudou, consequentemente mudaram-se as atribuições da profissão professor. 
Para entender o que se passa com seus alunos, o educador precisa analisar o meio em que esse educando está inserido. Necessita saber do seu histórico familiar, já que em 90% dos casos de alunos indisciplinados , há alguma desestrutura na família.
Professor é psicólogo. É pai, mãe, madrasta e padrasto. Professor é assistente social. É juiz, advogado.  É aquela tia brava. Professor  é a irmã mais velha, que se preocupa. É o amigo confidente. É o diário com cadeado. 
Com tantas atribuições, fica humanamente impossível ensinar oração coordenada adversativa. 
 E como ainda sou humana, estou aqui, refletindo muito sobre a minha profissão e cheguei a conclusão que: a culpa não é minha se ele não quiser  aprender o conteúdo curricular. Um dia, se ele precisar, que corra atrás do prejuízo.
A mania de todo professor é achar que todos os alunos devem estudar, se formar, passar em uma universidade e ser um bom profissional.  Mas, será que é isso que eles querem? 
Ou é a nossa vontade? E se a felicidade do aluno é vender pipoca no farol? A escolha é de quem? Minha? Não. A escolha foi, e sempre será, dele. O meu papel é oportunizar o conhecimento, cabe a ele usufruir da melhor forma possível. 
Se um dia eu esbarrar com tal aluno no farol e ele me falar: "Olha, professora, estou trabalhando. Você me inspirou a ser uma pessoa melhor..." saberei que fiz o meu papel da melhor forma possível. Pois, ser professor é isso: plantar uma sementinha e esperar germinar.

=)